Soou diferente, único, novo, o nosso canto na cidade de Goiás, a antiga capital goiana, hoje patrimônio da humanidade, pela sua importância histórica. Ali o chão de pedras dos caminhos fala poesia, respira história viva, traduz a figura ímpar da doceira e poetisa Cora Coralina, nascida na Casa Velha da Ponte, às marges do Rio Vermelho (1889), onde também faleceu, em 1985, casa hoje transformada em museu, memória viva da gigante mulher. Também diocese de Dom Tomás Balduino, OP, filho da terra, bispo da Reforma Agrária, assessor da Pastoral da Terra, Defensor dos povos indígenas, que por anos foi pastor daquela igreja. Ainda hoje, com o belga Dom Eugène Lambert A. Rixen, conserva características próprias no modo de ser Igreja, comprometida com os mais pobres, pequenos, injustiçados.
Foi, portanto, uma experiência gratificante ser convidada pelo Pe. Antonio Mota, pároco da Catedral, que em nome de Dom Eugène, me pediu um encontro com as comunidades, sobretudo os ministros da liturgia e do canto. Hospedados no Centro Pastoral Diocesano, antigo convento das Irmãs Dominicanas, aconteceu lá o encontro, e ambos fizeram questão de participar o tempo todo conosco, nos dias 27 e 28 deste junho. Comunidades distantes, mas que se fizeram presentes em grande número, vindas de Itaberaí, Jussara, Santa Fé, Britânia, Novo Brasil, Itapuranga, Fazenda Nova e outras cidades, assim como do interior, além das dioceses vizinhas: São Luiz de Montes Belos e Barra do Garças, já no Mato Grosso.
Celebrando os apóstolos Pedro e Paulo, foi no sábado à noite a solene Eucaristia, presidida por Dom Eugenio e concelebrada pelo Pe. Antonio. Acompanhados pelo regente Sebastião (Tão) e o jovem Charles, respectivamente ao teclado e violão, nosso canto se fez alegre e festivo, mas também sentimental e dolente no domingo, final do encontro, cantando a despedida… “Vou sentir saudades, vou chorar de amor…” . Presenteada com o livro de canto da diocese, “O Povo canta sua vida”, autografado pelos participantes, juntamente com deliciosos doces cristalizados, especialidade da terra, como não me comover com o povo goiano recitando a poesia “A Lavadeira”, de Cora Coralina e entoando o canto “Noites goianas”?…
Algumas fotos registram o grupo em frente ao Lar São José, celebrando a Eucaristia, a presença dos amigos, a Casa de Pedra de Cora e o aspecto geral da cidade.
Surpresa feliz foi reencontrar o compositor e amigo Frei Domingos dos Santos, no Convento do Rosário, junto à Igreja dos dominicanos, após muitos anos…
Foi isso e muito mais nosso encontro fraterno e musical em terras goianas. Por isso, sempre de novo, ALEGRAI-VOS NO SENHOR!