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Carta Mensal do Bispo Diocesano de Goiás | Janeiro de 2025

Goiás, Janeiro de 2025.

“A Esperança não confunde”

Queridos amigos e queridas amigas,

Com esperança e alegria, iniciamos um novo ano civil, certos da presença perene do Emanuel, Deus conosco. Na continuidade das celebrações do Tempo do Natal, nossos corações são tocados pelo amor incondicional do Deus que se encarnou em nossa humanidade.

Dentre as luzes irradiadas pelo Natal, a paz é um dos presentes mais preciosos de Deus para a humanidade. Nesse contexto, o papa Francisco nos convida a ampliar o horizonte desse dom em sua mensagem para o 58º Dia Mundial da Paz, celebrado no primeiro dia do ano. Inspirada na oração do Pai Nosso, a mensagem deste ano traz o título: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz”. Além disso, o Ano Jubilar, iniciado no dia 24 de dezembro, nos convoca a buscar a justiça libertadora de Deus em toda a terra e a sermos pessoas que cultivam e promovem a esperança. O Jubileu é um ano de graças, que brota do coração do Redentor!

Um gesto rico de simbolismo marcou o início do Ano Jubilar: além da abertura das portas das 4 grandes basílicas, o papa Francisco  abriu uma Porta Santa em um presídio em Roma, fato inédito na história dos jubileus. A intenção do Santo Padre é mostrar que a graça de Deus alcança a todos, especialmente as pessoas que vivem à margem da sociedade, reiterando a toda humanidade o convite à conversão, ao perdão e à reconciliação.

A mensagem do papa oferece esperança, traz alento e paz, especialmente àqueles que sofrem, seja por seus erros cometidos, por julgamentos alheios ou pela falta de perspectivas de vida. Somos todos filhos e filhas do mesmo Pai, destinados à liberdade e à dignidade. No entanto, do ponto de vista coletivo, há desafios que ameaçam essa esperança: a devastação ambiental, as desigualdades sociais, o tratamento desumano dado aos migrantes, a rejeição do diálogo e o financiamento da indústria armamentista. O Ano da Graça nos chama a ouvir o grito dos marginalizados e a agir em favor da justiça divina.

O papa Francisco nos alerta que é necessário uma mudança cultural profunda para enfrentar as injustiças e desigualdades, reconhecendo que os bens da terra são destinados a todos. Quando o ser humano se afasta do Pai, corre o risco de explorar os irmãos e irmãs. Neste sentido, o sistema internacional, sem mudanças estruturais, perpetua desigualdades, gera injustiças que aprisionam os países pobres, utilizando a dívida externa como instrumento de controle. Soma-se a isso a dívida ecológica dos países mais desenvolvidos, que exploram os recursos humanos e naturais dos países mais pobres, aumentando o sofrimento dos mais vulneráveis do Sul do planeta. De forma ousada, o papa sugere que o Norte do mundo reconheça a existência de uma dívida ecológica em relação ao Sul e convida a comunidade internacional a atuar no sentido de que a dívida externa das nações empobrecidas seja perdoada.

Com essas ações, desarmaremos os corações e nos aproximaremos da verdadeira paz, que não é apenas ausência de guerras, mas a construção de um mundo renovado. O pedido de perdão que fazemos na oração do Pai Nosso só terá pleno significado se também soubermos perdoar as dívidas dos nossos irmãos e atender ao clamor dos pobres.

Concretamente, o papa sugere três ações para este Ano Jubilar:

  1. A redução ou o perdão total das dívidas internacionais de muitas nações, aliado à criação de uma nova arquitetura financeira que interrompa o ciclo financiamento-dívida;
  2. A abolição da pena de morte em todas as nações, pois ela elimina toda a esperança humana de perdão e de renovação;
  3. A criação de um fundo mundial para erradicação da fome e para a promoção de atividades educativas que promovam o desenvolvimento sustentável nos países mais pobres.

Com essas ações, será viável desarmar os corações, e nos aproximaremos da meta da paz, que não ocorre apenas com o fim da guerra, mas com o início de um mundo novo. O pedido de perdão que fazemos na oração do Pai Nosso só terá pleno significado se também soubermos perdoar as dívidas dos nossos irmãos e não ficarmos surdos ao clamor dos mais pobres.

Neste início de ano civil, coloquemos nossas atividades pastorais nas mãos amorosas do Pai, vivendo a graça jubilar em comunhão e com o coração repleto de esperança. Caminhemos ao longo do ano de mãos dadas na construção do Reino de Deus e vivamos belos momentos jubilares.

Recebam meu abraço fraterno, minhas orações e comunhão!

+Dom Jeová Elias

Bispo de Goiás


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